quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A Recusa de Conceição Winter


Como as coisas mudam! Recentemente, o governo Simone/Carlos Moreira fez questão de fazer circular a informação de que Conceição Winter, candidata terceira colocada nas últimas eleições municipais, fora convidada para ocupar o cargo de secretária de trabalho social junto à atual administração. Depois de muito “diz que me disse”, Dona Conceição, que já foi vice-prefeita ao lado de Carlos Moreira, acabou recusando o convite.
Num primeiro plano, a recusa de Dona Conceição traz às claras a pouca habilidade do governo Simone/Carlos Moreira em lidar com meios de mídia mais democráticos como o Facebook, por exemplo. Antes das redes sociais eletrônicas, Moreira blasfemava qualquer coisa na rádio Cultura, aquilo circulava sem qualquer questionamento, o que é característico da radiodifusão, e a idéia acabava colando. Hoje, qualquer idéia que circula nas mídias sociais pode ser, imediatamente, contestada, questionada ou confrontada. E foi o que aconteceu. O convite de Moreira para que Dona Conceição assumisse cargo na atual administração gerou grande rejeição entre a base política da ex-vice-prefeita. Resultado: a idéia não colou e Simone se viu obrigada a amargar o inevitável desgaste político provocado pela trapalhada de sua assessoria, leia-se, Carlos Moreira. Facebook é rádio não, Moreirão! 
Num segundo plano, a recusa de Dona Conceição ainda pode ser encarada como um divisor de águas para as futuras pretensões políticas de Carlos Moreira, que sempre giram em torno do desejo de sua manutenção no poder, seja diretamente, o que hoje é impossível diante da cassação de seus direito políticos, ou, indiretamente, através da eleição de uma prefeita-preposta, como ocorre. Afinal, Carlos Moreira só chegou a ser eleito prefeito de Monlevade depois que se associou à Conceição. Apesar da manipulação política da rádio Cultura, do aparelhamento do Município, do Hospital Margarida, das inúmeras empresas “especializadas” na prestação de serviços públicos e muito mais, a diferença de Simone para o segundo colocado na últimas eleições foi de apenas 126 votos, o que orienta no sentido da imprescindível ampliação da base política da prefeita. E Simone só pode ampliar sua base em duas direções: ou para o rumo de Conceição Winter ou para o grupo do PDT e aliados. Para a base do PDT as possibilidades para Simone são muito remotas, pois é lá que Carlos Moreira tem a maior rejeição, ou melhor, a maior oposição no Município. E, agora, com a recusa de Conceição Winter, Simone não tem mais para onde expandir sua base. Alguns podem estar imaginando que ainda possa existir tempo para a prefeita expandir sua base política antes das próximas eleições, desde que realize um bom governo, o que não acredito. Primeiro porque, mesmo que Simone ficasse no poder por 10 anos, muito dificilmente seu governo teria condições de colocar Monlevade de volta aos trilhos do desenvolvimento, já que um governo que tem como chefia-mor um ex-prefeito inelegível, multicondenado, com os direitos políticos cassados, que deveria estar afastado da política, e pai de bizarrices absurdas como o pretenso e interditado hospital Santa Madalena, onde evaporaram muito mais de 22 milhões de reais, não se encontra habilitado para tal. Árvore ruim não dá bons frutos. E segundo, que a prefeita não tem tanto tempo assim para proceder à ampliação de sua base. Seus processos de cassação seguem a tramitar no TRE/MG e já se encontram em fase preparatória para julgamento que não deve demorar muito. E sendo confirmada sua cassação em segunda instancia, é muito provável que novas eleições sejam convocadas no Município. Moreira só apresentou o convite para Dona Conceição neste momento porque sabe que existe matéria para cassar Simone nos processos do TRE/MG. Claro que, caso de confirmada a cassação de Simone e convocadas nos eleições, a prefeita cassada não poderá participar do novo pleito, estará inelegível pelos próximos 8 anos. No entanto, Moreira poderia emplacar um vice numa chapa tendo como cabeça Conceição Winter. Estando inelegível, impedido de candidatar-se e depois de uma provável cassação de sua consorte conjugal, Moreira sairia no lucro. Que bom que, com a recusa de D. Conceição, tais possibilidades se tornaram muito mais remotas.

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