segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Asfalto sobre o Calçamento Histórico de Monlevade



Na semana passada, puxa-sacos do governo Simone/Carlos Moreira comemoram com estardalhaço o asfaltamento de ruas do Centro Histórico de Monlevade, da chamada Cidade Industrial de Monlevade, a primeira vila operária planejada da América - Latina.
Trata-se de mais um ato inconsequente que demonstra como João Monlevade insiste no erro de não preservar sua memória, sua história, sua identidade e seus sítios com potencial turístico. Monlevade mostra que não aprendeu nada com a demolição da Praça Ayres Quaresma e, pior, segue cometendo os mesmos erros do passado diante de seu patrimônio histórico e cultural.
É triste testemunhar o asfaltamento do pavimento em pé-de-moleque de uma via que, muitas das vezes, corresponde a trecho da Estrada Real por onde passavam as numerosas tropas que mantinham negócios com a Fábrica de Ferro de Monlevade ou por onde trafegavam os carretões de Monlevade, levando o carvão para abastecer os fornos das forjas ou para a caldeira da máquina a vapor. É triste ver sumir debaixo da camada de asfalto o pavimento original da Vila Operária de Louis Ensch e de Gaston Barbanson. Isso sem falar que o asfaltamento favorece o aquecimento do ambiente urbano e impede a absorvição da água da chuva, dificultando o abastecimento do lençol freático, das nascentes e favorecendo a ocorrência de enxurradas e inundações. 
Com suas medidas populistas, motivadas apenas pela busca do voto certeiro, Moreira já destruiu uma Rodoviária, a viabilidade econômica do DAE (taxa mínima), a isenção política da Rádio Cultura, o PA, está arrebentando com o Hospital Margarida e, agora, não escapa nem a memória de João Monlevade.

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