sexta-feira, 14 de julho de 2017

30 Anos da Demolição da Praça Ayres Quaresma











A passagem do ano de 2017 completa os 30 anos do fechamento e da demolição da Praça Ayres Quaresma e do belíssimo casario em estilo arquitetônico neoclássico de seu entorno, com exceção do edifício do Colégio Estadual que continua de pé, apesar de fechado à visitação. 
A Praça Ayres Quaresma representou o epicentro cultural de um modelo de Usina Siderúrgica integrada à cidade e à comunidade, instalado pela saudosa Belgo-Mineira a partir de 1935, que perdurou até 1987, quando foi fechada e demolida. Durante cinquenta anos a siderurgia bancou o welfare state monlevadense. Depois disso, deu as costas à comunidade e encravou-se em muros. Hoje, o que sobrou dos prédios históricos se encontra mal cuidado, sujo, empoeirado e inacessível.
A demolição do casario neoclássico da Praça Ayres Quaresma representou ainda a maior destruição de arcos romanos, tão característicos da arquitetura local, que se tem notícia. Um verdadeiro crime contra o patrimônio arquitetônico de João Monlevade. Minas é pródiga em Barroco, Art Déco, gótico, modernismo, etc, mas é pobre em Neoclássico. A Roma Monlevadense foi destruída! A Acrópole se foi, para dar lugar a um pátio de cargas. Roma não se destrói, Roma se assimila.
Hoje, são as preciosas e raras peças do destelhado e inacessível Museu Monlevade que se perdem sob a ação das intemperes e, como com a Praça Ayres Quaresma, não há autoridade para cobrar respeito pela identidade monlevadense.



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