Quarenta e nove anos de emancipação ao lado de uma história
que começa com a construção do Solar Monlevade (foto), em 1818.
De um lado, uma cidade de gente que trabalha, de economia
vibrante e de uma vitalidade frenética, que tem passado, rapidamente, por um
processo de verticalização urbana que atesta sua grande vocação para a
modernidade.
A contraponto, um Município que vai perdendo sua identidade
e cometendo o grande erro de deixar no passado valores que são atemporais e que
deveriam ser trazidos para o presente e também levados, de algum modo, para o
futuro.
Monlevade precisa se modernizar como um todo indivisível que
é. A modernidade que eleva nossos prédios e que é vista nos avanços dos meios
de produção, de comunicação e na prestação de serviços também deve atingir as
instituições municipais.
É necessário, que a Administração Pública se modernize, que
as relações entre Executivo, Legislativo e Povo se modernizem. É preciso que as
mídias falada e escrita se modernizem. É absolutamente prioritário que a Escola
Monlevadense se modernize.
Moderniza-se não significa abraçar o novo de qualquer forma
como se a novidade fosse algo, inexoravelmente, ótima, pois ela nem sempre o é.
Modernizar-se é responder às demandas de
uma civilização que modifica seus hábitos e seus costumes em decorrência das
transformações trazidas pelo desenvolvimento de ciência e tecnologia, sem
deixar de ter em mente que o conceito do que é humano deve estar sempre no
centro desta dinâmica.
E é neste sentido que a Escola se distingue das demais
instituições. Pode soar estranho e até agressivo para muitos, mas a célula
basilar dos Estados Modernos não é mais aquela família rígida idealizada pela
Igreja, mas sim a escola de Ensino Integral, isto é, a Escola Moderna.
Hoje, o modelo de família que tem se consolidando com
velocidade na sociedade é aquele em que os pais são adolescentes e os avós
criam seus netos. Assim, o “Berço” – aquela tão cultuada entidade, transmissora
de ética e de valores - não se sobressai. Não é raro ouvir o jargão: “educação
vem de berço”. Não, na modernidade. Nela, a educação vem da Escola. Mas, não
numa escola apenas voltada para os vestibulares e exames nacionais, como a
atual, e sim numa escola que ensine para
a vida em toda sua integralidade.
Monlevade deve começar a prensar num modelo de Escola em Ensino Integral ,
articulado com as demandas da sociedade local e propulsor daquilo que a cidade
quer ser num futuro que, evidentemente,
não pode ser sonhado sem o desenvolvimento de ciência e tecnologia. E assim, o
ciclo virtuoso se fecha e chegaremos ao tão sonhado desenvolvimento humano e
ninguém nos segurará mais... É essa a fórmula dos países desenvolvidos.
Parabéns, João Monlevade, pelos seus 49 anos de emancipação.