quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

The Blue Line (a linha azul)

Para alguns, pode parece cedo para se estabelecer um veredicto sobre a Linha a Azul. Mas se tal projeto for analisado objetivamente, o veredicto torna-se possível. A Linha Azul foi proposta como a solução para as sistemáticas contenções do trânsito no centro da cidade. Frisa-se: no centro da cidade. Mas, ao invés de enfocar a região central, a Linha Azul se enveredou em resolver problemas que não existiam, o que, ironicamente, multiplicou os problemas já existentes. A dificuldade do trânsito está no centro da cidade e não nos acessos aos bairros ou à BR. O Projeto da Linha Azul, com se vê, facilita o trafego de quem pretende deixar o centro, rumo ao Bairro de Lourdes e à BR 381, ao passo que dificulta o trânsito de quem desce dos bairros, rumo ao centro. A questão é que, quem vem ao centro, não vem por mero capricho, vem a procura de comércio, serviços, trabalho e etc. O cidadão não vai usar a Linha Azul só porque ela existe. Óbvio. Ele vai usá-la se e quando precisar dela, ou seja, quando tiver que sair do centro, rumo aos bairros. No entanto, a demanda predominante não é pelo acesso aos bairros e sim ao centro. Assim, as intervenções no trânsito deveriam se voltar para as questões relativas à fluidez do tráfego no centro da cidade, sem inventar chifre na cabeça de cavalo. Dificultar o acesso, de quem vem dos bairros, ao centro, não resolve nada e o que se tem percebido é um embaraço maior do que o de antes, o que é péssimo para o comércio, principalmente em época de festas. Mesmo que se façam os ajustes prometidos, a Linha Azul será, no mínimo, inócua. Como foi concedida, ela não atinge a raiz do problema. É mais uma daqueles projetos caríssimos Pra Inglês Ver. Muita pompa e circunstância, muita publicidade, muito estardalhaço, muita tinta, semáforos, faixas, monumentos, pra nada.

Um comentário:

  1. Minha colaboração à discussão:

    O Mensalão do Centrinho

    João Monlevade tem um centrinho comercial, um pedacinho de terra com duas avenidas (Getúlio Vargas e Wilson Alvarenga), que concentra quase TODAS as atividades urbanas. Está quase tudo nesse pedacinho: comércio, serviços, bancos, bares e por aí vai. Em conseqüência, o fluxo de veículos também fica concentrado aí.

    Esse cenário é bem diferente de algumas cidades da região, como Itabira, por exemplo, que é descentralizada.

    Caso não se leve em conta que Monlevade é assim, hipercentralizada, e é necessário investir no deslocamento de muitas das atividades urbanas para a Zona Sul (bairro Cruzeiro Celeste e seu entorno), qualquer intervenção no trânsito, para desafogar o tráfego, é inútil. Será uma intervenção para trazer algum resultado por um tempo curtíssimo. Brincando, eu diria que toda intervenção só dura um mês e, por isso, todo mês é preciso fazer outra. Como se fosse um mensalão (todo mês tem, com dinheirama e tudo). O mensalão do centrinho.

    A Zona Sul está lá, esperando. Enquanto isso, o centro comercial vai se verticalizando, e o centrinho se transformando em inferninho.

    (Wir Caetano)

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